segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Usando celulares como ferramentas de ensino - Gravador de Voz


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Hoje vou falar sobre a minha experiência com celulares como ferramenta de ensino. Eu fui voluntária, em 2009, para trabalhar com os celulares, e acabei pegando gosto. Já fiz muita besteira, ao longo do caminho cometi alguns erros, mas vou relatá-los aqui. Não vai dar pra fazer tudo em um texto só porque são muitas atividades, mas vou fazendo aos poucos.

Hoje eu vou falar sobre o gravador de voz. 

Quase todos os celulares tem um gravador de voz embutido. Normalmente ele é sinalizado por um pequeno microfone. Dependendo do modelo, você poderá gravar áudios mais ou menos longos, mas é muito difícil que seu celular não tenha um.

Eu bolei algumas atividades com o gravador de voz porque, em uma aula de idiomas, em que precisamos que o aluno se ouça falando, e ganhe criticidade em relação ao seu próprio "texto", falado ou escrito, o gravador é fundamental.



Atividade 1
Nível: intermediário
Faixa etária: 13 a 15 anos 
Objetivo da lição: comparar a vida de adolescentes no passado com a vida dos adolescentes de hoje.
Gramática: Used To + Infinitive

Atividade original: de acordo com a sugestão do material didático, os alunos deveriam entrevistar seus pais, em casa, em português, e procurar saber deles sobre como seria a vida de um adolescente antigamente. Depois disso, os alunos trariam esses relatos para a sala de aula, e discutiriam, em inglês.

Atividade com o gravador de voz do celular: grupos de alunos saíram pela escola, cada grupo entrevistou um professor de inglês (em inglês) procurando saber dele sobre como seria a vida de um adolescente de sua geração. Os arquivos gravados foram levados para a sala. Através do próprio celular, os outros grupos puderam ouvir, em inglês, as entrevistas dos professores, e comparar as informações.

Considerações sobre esta atividade:

Feita desta forma, a atividade torna-se mais interessante.
Versão original: alunos conversariam com pais, em português, na maioria dos casos. Eles também não teriam acesso 'as entrevistas de seus colegas. Além disso, muitos sequer fariam a atividade.

Versão com o celular: A novidade do celular proporciona uma surpresa bastante motivante. Além disso, as entrevistadas falavam o idioma estudado. Todos fizeram a atividade, que foi conduzida em aula, e todos ouviram diversas entrevistas sobre o assunto, tendo assim mais "munição" para uma análise crítica. Além disso, o celular pode funcionar como um repositório de memórias. O aluno, dono do arquivo, sempre poderá lembrar da aula ao acessar seus arquivos do celular.

Nos próximos posts falarei sobre várias outras formas de usar o celular. TODAS já testadas por mim! bjoquitas!

Experiências com apresentações e o Prezi

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Finalmente chegou a hora de escrever um post novo pro blog. Já estava mais do que na hora. ". Aliás, lembro bem que cheguei a dizer que meu problema maior com essa coisa de blog é manter uma disciplina. Mas vou tentar. Até porque estou gostando de escrever.

Dessa vez vou falar sobre o Prezi. Eu tive que montar uma apresentação com ele recentemente, e foi uma experiência ruim. Bem, você deve estar se perguntando por que, então, eu estou escrevendo sobre uma ferramenta que eu considero ruim? Primeiro, por que isso é uma tarefa do meu curso de especialização, segundo pra que você se lembre deste post e NÃO caia na asneira de trocar qualquer outra ferramenta de apresentação pelo Prezi (Prezi.com).

O Prezi é um recurso para apresentações, uma espécie de versão "chique" do Powerpoint. De fato, as apresentações criadas com o Prezi ficam muito bonitas - ele dá um ar "modernoso" ao trabalho. Mas, cá entre nós, a não ser que seu objetivo seja o de "vender" a própria ferramenta de apresentações, de pouco servem slides bonitos se sua apresentação não tiver conteúdo.

O Prezi traz uma desvantagem grande em relação aos outros softwares do tipo: para trabalhar com ele, precisamos estar conectados à internet. Se sua conexão não for boa, o trabalho se torna uma via crucis.

No Prezi também é muito fácil a gente se "perder" na apresentação. Ele não possibilita ao usuário maneiras diferentes de visualizar a apresentação enquanto trabalha.  E como a transição entre slides neste software tem efeitos especiais, é muito fácil ficar confuso enquanto se trabalha. Além disso, apresentações também se tornam sofríveis. Se, durante um discurso ou aula, você precisar resgatar algum slide, os efeitos especiais na transição de slides também atrapalharão. Por isso, fica a dica: o Prezi serve muito bem para apresentações CURTAS, com poucos slides.



Os slides são ferramentas para ilustração de um discurso, ou de uma aula. A idéia é que o palestrante reforce as idéias que quer transmitir através dos slides. Apresentações em slides são para "reforço" apenas.

Existem inúmeros softwares que fazem isso. Nada que uma boa pesquisa no Google não resolva. Mas, acredite: com boas idéias e criatividade, até mesmo um bloco de notas aberto exibido com o auxílio de um projetor ou do quadro interativo, poderá servir de apoio. Então, temos que focar naquilo de que realmente necessitamos quando nos apresentamos.

Uma vez assisti a aula de um professor que usava o Keynote, da Apple. Lembro-me do meu próprio entusiasmo enquanto via a apresentação. Mas, honestamente, o professor era MUITO bom. Hoje, lembrando-me daquelas aulas, tenho certeza: pra ele, até o velho retroprojetor teria sido maravilhoso. As aulas eram boas, com ou sem o Keynote.

Também já assisti a uma aula, com Powerpoint, em que senti "vergonha alheia" pela professora. Ela estava dando uma aula e se referindo a algumas fotos, o tempo todo. As fotos eram parte ESSENCIAL da aula, a aula era SOBRE as fotos. E a professora colocou todas as imagens em preto e branco, baixíssima resolução. Algumas fotos eram pouco claras: não dava para entender a matéria bem, por causa das fotos. Este foi um exemplo de péssimo uso da ferramenta. Boas imagens e pouco texto são aspectos essenciais de qualquer apresentação.

Um bom software para apresentações deve: ser leve no micro, ser visualizável em qualquer ambiente: IOS, Linux, Android, Windows... por exemplo, permitir vários tipos de visualização para quem trabalha criando apresentações, permitir acesso offline.

Este é um artigo muito interessante sobre como preparar uma apresentação: 

http://www.tecmundo.com.br/office/3586-oito-dicas-para-aprimorar-suas-apresentacoes-de-slides.htm

Mas, cá entre nós, se sua apresentação for longa, esqueça o Prezi.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

caminhos possíveis para uma postagem de blog

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Então... aí a professora disse: “Escrevam sobre a experiência de ter um blog...” Aí, eu pensei... vai ser difícil pra mim... um grande desafio na verdade. Pois...bom, já fui blogueira, tenho ainda uns blogs aê, mas sabe como é: sem compromisso. Digamos que eu não tenha um blog: eu “fico” com um blog. Porque entre eu e  meus blogs não há uma relação de compromisso de nenhum tipo, não há rotina ou disciplina – escrevo quando dá vontade, quando bate a inspiração. E, creio eu, que este seja um dos erros mais comuns de quem quer  ter qualquer  tipo de site: TEM que haver disciplina! Eu, obviamente,  não fujo à regra... sempre cometi o erro comum de quem nunca pensou que isso poderia ir além... que um dia minha própria professora me traria um desafio como esse... mas estou animada. Será que de "ficantes" eu e meu blog passaremos a "namorados"?

É impressionante como a gente se “adestra” pra tanta coisa: escovar os dentes pela manhã, sair de casa todos os dias no mesmo horário, tomar banho antes de dormir, cumprimentar os vizinhos no elevador, perguntar o bom e velho “how are you?” para os alunos antes de qualquer prova oral (semana de provas, estou com isso na cabeça...)  Mas manter um blog (uma espécie de diário na internet)  não é tão simples assim: blogar não é um verbo que se aprende na escola (infelizmente) ou em casa, não é algo que uma mãe pense em ensinar a seus filhos, em transmitir  para as futuras gerações: “Filho, enquanto você viver, escreva. Escreva sobre seu dia, sobre algo do seu trabalho, sobre um livro que está lendo, mas, simplesmente escreva. Sim, pois a escrita nos alivia a alma.”  Já dizia Georges Perros: “Escrevemos por que ninguém nos ouve.” Será? E se a escrita é o idioma dos solitários, o que será que diria Perros ao ouvir  falar de blogs: milhares de pessoas compartilhando publicamente tudo a respeito do que sentem, falam, ouvem... Sozinhos em nosso mundo de pensamentos publicamos na esperança de sermos ouvidos. Quem será que pensou nisso um dia? Algum afeito de Anne Frank, que, afinal teve seu diário publicado? Ou de Franz Kafka, que escrevia maravilhosamente mas enquanto vivo nunca se deixou “ler”? Quem imaginou que nas páginas dos diários de milhares de pessoas poderia haver algo que, de fato, valesse à pena ler? E não é que vale?!:)

Aí faltava a inspiração... sim, pois no meu caso, minha inspiração é como um músculo frouxo – precisa de estímulo, de exercício frequente. TEM que haver  frequência! Ou o músculo da inspiração desacostuma, amolece... Veio o domingo (pra que servem os domingos senão para aniquilar todos os meus impulsos criativos?), a segunda, e a terça. Até que um amigo de infância resolve postar algo no blog dele, e eu leio. No post ele falava da adolescência (que compartilhamos), das mudanças na vida, do afastamento dos amigos... Eu sabia exatamente o que ele queria dizer, conheço-o há anos, recentemente nos reencontramos e nos maravilhamos ao reparar que temos hoje vidas tão diferentes e questões tão semelhantes... Um simples, porêm autêntico post de um amigo querido era justamente do que eu precisava. A mensagem de Erick era relevante, verdadeira, única por que se trata da experiência DELE, e nunca existirá outra igual. Um blog, na minha opinião, TEM que ser autêntico e verdadeiro, tem que trazer o ponto de vista de quem escreve. Quem faz blog tentando copiar o estilo de alguém, ou a experiência de alguém, dificilmente vai encontrar a inspiração e a motivação para escrever, assim como também terá grandes chances de não dizer nada novo para seu público. Mais do que a voz dos solitários, um blog e seu autor estão para a descoberta como as antigas caravelas de Pedro Álvares estão para o descobrimento. NÃO PODE TER medo de errar.

Mas, o que mais gosto mesmo nessa coisa toda de blog é da experiência da escrita aliada à reflexão. Existe algo neste solitário exercício de introspecção que me renova, me acalma e nutre: a escrita me faz ponderar, esquecer, lembrar, analisar, criticar... ei, será que já não ouvimos isso em algum lugar?



Não há nada pior que um texto morto dentro da gente. 
Enquanto seus restos se perdem pelo nosso sangue, 
sua alma fica vagando dentro de nós, 
em busca de repouso. 

A mente de quem não escreve é um purgatório de textos falidos. 
Ali eles arrastam suas correntes enquanto dormimos, 
e nos visitam com imagens de pavor. 

Textos inacabados são palavras rancorosas, 
amarguradas, estéreis.

Maria do Carmo Xavier, 2004
(sim, foi escrito por mim mesma, mó tempão atrás, em minhas aventuras com a escrita,  no meu primeiro blog...)